Aqui não mais tratamos com formas externas, mas vemos as coisas em si mesmas, a realidade subjacente na expressão imperfeita. Aqui causa e efeito são unificados, claramente visíveis em sua unidade como o anverso e o reverso de uma mesma medalha. Aqui temos deixado o concreto pelo abstrato; não mais temos a multiplicidade de formas, mas a ideia subjacente em todas essas formas. Aqui é acessível a essência das coisas; não mais estudamos detalhes; não mais nos alongamos em torno de um assunto nem nos esforçamos em explicações; apanhamos a essência ou ideia central do assunto e a movemos como um todo, tal qual se move uma peça num jogo de xadrez. O que no mundo terreno seria um sistema filosófico cuja explicação requereria muitos volumes, é ali um simples e definido objeto, um pensamento que se pode emitir com a mesma facilidade com que se deita um naipe sobre o tapete de uma mesa de jogo. Uma ópera de oratório que em nosso mundo exige numerosa orquestra com longas horas de execução é ali uma simples vibração mais intensa.
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