quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Do que quero falar

Venho falar das coisas que penso, que quero dizer mas não digo. Mas penso, e isto já é grande coisa. E penso com a consciência que é maior que o pensamento. Uso esse corpo mas meu espírito é livre e viaja com os ventos. Só porque o céu tem esse azul tão bonito que me encorajo a escrever no ar tais palavras que serão ditas.

Quem fica dizendo que não vota e só fala em eleição não está livre das dicotomias. O super-homem do Nietzsche não exalaria vapores envenenados. No mais só o vapor das brumas ou de alguma boa erva queimando. E que fique dito que falo isso com um cigarro entre dedos. Não estou isenta. Meu voto é sempre em trânsito: achei bom pretexto para viajar. Os carros de som ditando seus dogmas de religião imbuída da política obriga-nos a pôr um Jorge Ben Jor pra cantar. E a dançar.


Viva Jean Wyllys! Adoro gente inteligente!

Sei ler os pensamentos nas linhas do rosto e na resposta que o brilho do olho me dá. Já admirei muitos soís se pondo para ter este dom. Me ame, ou nada do que pense de mim me afetará. Tenho por saúde uma aura íris na maior parte do tempo. Ainda estou propenso as torbuadas, não estou isenta, mas meu mastro foi feito com esmero.

Se digo palavras rudes é por descuido. Logo concerto.
Tenho compromisso com o outro. Mas se teu discurso não me agrada...
Toco concerto nos tímpanos e me obrigo a não pensar e nada.
E logo vem um rabo de gato me acordar o sentido.
Entro num livro. Saio daqui. Aqui é muito lindo.
O vento passa o dia inteiro.
Meia noite o galo canta. Quero-quero passa rei.
Têm pitangas vermelhas lá fora e folhas, muitas folhas.

Os vizinhos vêem televisão e vão à igreja.
Leio livros e vou à feira.

Mas da superfície não quero falar.

O livro fala de um mundo invisível que quer se desenhar na mente de quem lê e existir. E que maravilhosos mundos guardam os livros!
Viver também é assim. E os sonhos são a vida das emoções. Escrevo-os diariamente, como a um exercício pitagórico de conhecer a si e ver-se eterno. Porque nos sonhos que sonha dormindo os mundos são muito mais variados e as possibilidades amplas, visto que é o pensamento-sensação quem manda ali, no mundo astral.

No mundo físico, digo que sou feliz por educar meus filhos a nunca prenderem um pássaro na gaiola. A jamais atirar pedra num boi ou num cavalo. Um grande feito. Ou amarrar cachorros com correntes. A nunca jogarem lixo na rua - embora os políticos assim o façam. E a não chuparem picolés azuis que nos pintam a língua. É tinta!

Me salvei na poesia. Minha guia. Desde criança. Hoje sei que todo poema é ouvido e inscrito no éter. Nenhum, jamais, foi em vão. Todos se desenharam no ar e fluíram. Se um rio seca, outro urge. Vim ajudar o mundo. Que não nos atrapalhem as adversidades! A lua que alumia é testemunha e preza. Somos vistos por centilhas, míriades estrelas, se as olhamos no céu sem fim mas que começa (e emana) do sol maior pai comum de nós e de nossa mãe Terra.

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