Duas meninas descobrem o segredo da vida no inesperado verso de um poema.
Eu, que não conheço o segredo, escrevi esse verso.
Elas me disseram (por um terceiro) que o tinham achado
Elas me disseram (por um terceiro) que o tinham achado
mas não qual era ele nem sequer qual o verso.
É claro que agora, uma semana depois,
já esqueceram o segredo, o verso e o nome do poema.
Eu as amo por terem encontrado o que nunca encontrei,
É claro que agora, uma semana depois,
já esqueceram o segredo, o verso e o nome do poema.
Eu as amo por terem encontrado o que nunca encontrei,
e por me amarem, a mim que escrevi o verso,
e por já o terem esquecido, de modo que,
e por já o terem esquecido, de modo que,
mil vezes, até que a morte as alcance,
elas podem tornar a descobri-lo,
em outros versos, em outros fatos.
E as amo por desejarem conhecê-lo, por presumirem que existe tal segredo, sim,
elas podem tornar a descobri-lo,
em outros versos, em outros fatos.
E as amo por desejarem conhecê-lo, por presumirem que existe tal segredo, sim,
por isso sobretudo.
Denise Levertov
(postado por Carlito Azevedo no facebook)http://deniselevertov.blogspot.com.br/
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