quinta-feira, 2 de maio de 2013

há dias acompanho a lenta fiada de uma aranha que a uma quina da janela da sala tece coplas futurológicas 
entendo minha irmã esse velho ressentimento diante do mutismo dos objetos
o mutismo dos objetos como ofensa pessoal
os objetos calados as pessoas matracando
os objetos calados meu cunhado matracando
“a poesia precisa ser assim a poesia precisa ser assado”
aqui se está bem mana não entendo porque você não separa desse cretino
isto não vai melhorar assim de uma hora para outra
é preciso dar tempo ao tempo às vezes nem a lua me parece suficientemente distante
acho que tudo será muito lento daqui para frente 
muito lento meu irmão e trabalhoso

Ismar Tirelli Neto

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