giros! os giros! velha face rochosa, olha à frente!
podem deixar-se de pensar coisas pensadas longamente
pois a beleza nasce da beleza e o valor nasce do valor
e esvai-se todo antigo lineamento
a terra, está manchando-a irracional rio sangrento
...
que importa se na crista um mudo pesadelo se segura
e o corpo sensitivo o manchem sangue e lodo?
que importa? não suspires, e não caia nenhum pranto
foi-se um tempo maior e de maior encanto
e por formas pintadas e por caixas de pintura
em velhas tumbas eu chorei, não vou chorar após
que importa? da caverna ergue-se uma voz
e tudo o que ela sabe é isto: regozija-te de todo!
fazem-se rudes a conduta e a obra, e rude a alma faz-se
que importa? aqueles que preza a rochosa face
os amadores de cavalos e mulheres, tais irão
desenterrar do mármore ou da sepultura espedaçada
ou do escuro entre a doninha fétida e a coruja, desse lado
ou de qualquer negro e opulento nada
o obreiro, o nobre e o santo, e as coisas todas correrão
outra vez neste giro já antiquado.
w. b. yeats
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