Num poema, se nos perguntamos porque é que tal palavra está em tal sítio, e se há uma resposta, ou o poema não é de primeira ordem, ou o leitor nada compreendeu. Se podemos legitimamente dizer que a palavra está ali para exprimir tal ideia, ou para a ligação gramatical, ou para a rima, ou para uma aliteração, ou para preencher o verso, ou para uma certa coloração, ou mesmo por vários motivos desse género ao mesmo tempo, houve busca de efeito na composição do poema, não houve verdadeira inspiração. Para um poema verdadeiramente belo, a única resposta é que a palavra está ali porque convinha que estivesse. A prova dessa conveniência é que ela está ali e o poema é belo. O poema é belo, quer dizer que o leitor não deseja que seja outro.
Simone Weil
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