domingo, 27 de outubro de 2013

É

preciso mesmo vestir este céu todo, o todo deste imenso espaço? 
por que esta roupa de nuvens altas e estes pássaros assim nos ombros?
e esses passos soltos? esses passos todos pra onde?
pergunto e o tropeço me dá a frase - fé no chão. hei, de onde ela veio?
estou atenta! quem foi que disse a frase e calou?
passo o passo adiante alongo a questão:
pra quê esse calçado sujo dessa terra se essa mão aqui está cheia de ar? 
a cabeça está cheia de ar.
por que esse vento esquece a poesia que compunha e como era?
e essa altura doada logo retirada, hein? por quem?

um gole no lúpulo gelado abala o corpo.
não quero corpo inerte nem o pé que o tropeça.
o pó recomeça o pé tropeça o erro ressuscita. por que?
o pó o recomeço o pé esse tropeço e errar, ressuscitar?

quero invisível ser estrela que não aparece pois é dia.
poder uma estrela sobre, ofuscada por luz não vista.
possuo essa vista que vê longe vê vênus mas não voa
que quer pousar agora sobre aquela montanha e pode
e quer vestir montanha e não só seu amor de homem
além - deixar amor sobre todos os seres, pudera!

vou lembrar a frase, foi ontem
continha futuro continha agora.
era verso e tinha algo da resposta, mas dormiu.
uma fórmula ajudaria, mas não a tenho ou se tenho está borrada.
essa borra e o tempo que não vão me deixam ver. 
o que fazer? nem sei mas vou passear. 
mais sabe o sol sobre.
me deixe percorrer espaços, sem pesar.
me deite o sopro atemporal.

caber em vestes largas - destinada à ventar.

isto não quer dizer nada e pra nada servem
a pergunta este poema ou o refrão. 
é só um jeito - um trejeito - inquiridor de caminhar.
vai passar e já rio.

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