sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Superfluidade monumental

pixe concreto
tinta acusa
perdão concerta
estrutura abusa

escultura e pesa
passado desperta
guerra e outra paz
acertos e contas e

pedra assim
melhor quietar no interior da montanha
ouro assim
melhor descansar úmido fundo num riacho
cavalo assim
bonito erguido passeando pastar do prado
gente assim
gene índio negro e eu tudo preso na pedra
as assim superfluidades
ranço preconceito tudo dentro da história
empedrada
monumentalmente velha
empedrada
e o ovo novo esperando quem lhe choque

aviso!

tampem os ouvidos brotos
preserve-os às atrocidades
filhotes não se lembram não
o banho nas águas rasas do
esquecimento é o perdão
presente da natureza, viu?

você viu a mesma Terra que o índio?
você viu o olhar recém nascido?
você viu o sono do grilo?
você viu?

Img.: Felipe Rau

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