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Luis Ricardo Falero |
porque a terra é única e ninguém a engana
áspera e dura suave e sempre nova
por ela levanto este archote de resina ou de sal em chamas
porque nela renasço como tudo renasce e sou uma árvore
com o pulso de argila
ou uma onda vibrante do seu peito profundo
o clamor monótono de suas entranhas vermelhas
...
eu sou o homem renascido que vê a rosa viva do mundo
e sei que piso um astro e estou no círculo da metamorfose ardente
tudo é possível porque sou o fogo amante
...
ela é um barco ou animal de terra e sangue
é o músculo do mar em pleno estio
é o desejo do oásis o oásis do desejo
...
o seu andar de adolescente marinha desenha sobre a areia o voo de um pássaro
António Ramos Rosa
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