o céu nunca é o mesmo
nem nós haveríamos de sê-lo
acordei perdido de quem ontem fui
caminho por pés e pernas
bambas, firmes, distraídas
desviadas dos jardins espontâneos
que surgem não aleatórios, por aí
essas coisinhas pequeninas de esperança
focalizam minha visão, pura e criança
na luz majestosa que se dá na vala negra
aí perdi o poema que tecia
ali no brilho do sol na vala negra
que disse muito mais que o que tento
eu antena espectadora do movimento
de um ser muito maior que eu, por onde venho
aonde hei de volver e que insiste em mostrar sinais de onde sou
eu, terra visor de paisagens eternas que se mudam e a mim
eu, terra, pouso de sonhos esmaecidos e vivos ainda assim
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