quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Uma idéia toda amarela

Num quarto de ideias de teto alto
Tem-se ao centro deste uma luminária 
Cujo amarelo da lâmpada faz parecer
Um sol pleno à meia noite
Em seu ar, éter
e sabe-se mais o quê
Um relógio batendo tempo igual
ao meu coração batendo dentro
do mundo o eterno momento
Nesta fusão de agora
nesse quarto em questão
que na noite que sinto 
guardei o sono.

O sonho extrapola lá fora. Por hora a vigília me tem atenta 
ao topo das ideias que permeiam este recinto 
até ao alto teto e deste afora
céu miríade de estrelas sobre a lâmpada - um teorema. 
Por ela tentei o poema. 
De seus raios partiram toda a senda de uma ideia tosca toda amarela.

De unhas vermelhas escrevo porque quis que o belo tivesse vez. 
Quis que o verso fizesse sentido. Quero ter este quarto como a um vestido. 
Cheiro a colcha, é quase jasmim. Que concha parece o ouvido! À ti deito-me.
Sim.

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