Num quarto de ideias de teto alto
Tem-se ao centro deste uma luminária
Cujo amarelo da lâmpada faz parecer
Um sol pleno à meia noite
Em seu ar, éter
e sabe-se mais o quê
Um relógio batendo tempo igual
ao meu coração batendo dentro
do mundo o eterno momento
Nesta fusão de agora
nesse quarto em questão
que na noite que sinto
guardei o sono.
O sonho extrapola lá fora. Por hora a vigília me tem atenta
ao topo das ideias que permeiam este recinto
até ao alto teto e deste afora
céu miríade de estrelas sobre a lâmpada - um teorema.
Por ela tentei o poema.
De seus raios partiram toda a senda de uma ideia tosca toda amarela.
De unhas vermelhas escrevo porque quis que o belo tivesse vez.
Quis que o verso fizesse sentido. Quero ter este quarto como a um vestido.
Cheiro a colcha, é quase jasmim. Que concha parece o ouvido! À ti deito-me.
Sim.
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