sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Alba cheia com verbetes florais

Lá além, ali, aqui, aquém, algures, 
alguém
afundado na fundação do ego pleno de problemas e outros medos
passava sem ser
ver vastas e várias
arestas
e mais
algumas

pétalas,
rosáceas, filetes,

anteras, corolas, cálices,
invólucros, folíolos, prúmulas e primeiras flores 
ainda dobradas in semente antes da próxima primavera.
Hasteava problemas alheio às
nervuras centrais, laterais, ramos,
limbos, pecíolos.
Volvido em fadas, se ver

caules, cotiledônios, prevides aos frutos, heliantos,
filiformes, anastomoses, ranúnculos,
cornaduras, trevos.
Emaranhou-se revolvo em teias,

pisou vasos tubulares vegetais
nem viu aranhas
ninguém nenhures nem um plátano.

No bolso pílulas para complicações neurais.
Sabia íntimo ser viajor mas seria em próxima vida sem dúvida
- era seu desiderato profundo.

Escrevi assim para você que queria ser
andarilho
não entender nada e
sobretudo amar.

(ainda estou escrevendo. este é um poema difícil, precisa ser estudado e está incompleto)
"Não querendo mais uma obra para trabalhar, precisava de uma para me divertir. Decidi fazer a Flora petrinsularis e descrever todas as plantas da ilha sem omitir uma só, com detalhes suficientes para me ocupar pelo resto de meus dias. Dizem que um alemão escreveu um livro sobre a casca de um limão; eu teria escrito um sobre cada gramínea dos campos, sobre as pedras; enfim, não queria deixar um fio de grama, um átomo vegetal sem descrição." Jean-Jacques Rousseau

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