terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Perplexa

Como se o que houver puder ser dito
preciso disso
ir ali tomar um ácido
pra lá buscar
a palavra

que explica

Tive de ir
à rua perplexa
procurar a palavra

A noite fresca estala
algo inominável que trazia antigamentes

Caminhei devagar desvirando poças
ignorando sermões
Torcia pra nuvem sair e deixar brilhar

lua até aqui

Voltei com cigarros acessos
Mãos dadas à um fantasma
Colhi o poema
Salva, escrevi.

Se consegui dizer o que queria?

É preciso decifrar
O mistério é maior do que pode ser dito
e todos os poetas já disseram isto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário