domingo, 20 de dezembro de 2015

Milhões de crianças em mil mundos

o pensamento que emerge letra silaba palavra frase
sobre
a superfície branca ou pedra ou areia ou madeira
ou mármore
há de ser

límpido
caso haja emergido pós ruido de homem 

que sobe
o altar granito da igreja
fala e se farta dos aplausos dos outros

que lhe fazem coro
há de se esperar passar o rancor maledicente

para o pensamento nascer vívido e só morra
se ouvido muito lá pela frente
por outro tipo, homem mais parecido a grilo
que substitui a palavra pelo sibilo rente

não há o que ser dito em tempo assim
cheio de nuvem defronte à tua testa
enrugada
cheio de cheias
e teias ignoradas

nem há o que rogar ante os equívocos
uníssonos desses passos tantos pr´onde?


há crianças que brincam e isto há de salvar o mundo imundo
limpidar valas tem umas que pulam no charco e isto há de ressuscitar rios
outras cujos risos abrem janelas encerradas

devemos deixar fantasmas felizes

e quebrar tijolo por tijolo o tempo
quedar o templo que nos inibe ser quem somos
rasgar
o pano que impele asfixia aos poros

lamber os pomos da natureza com pudor
limpar os acordes das notas estúpidas
beijar a boca de nosso senhor jesus
com amor


ou isso ou fico surdo ou mudo
morrer não posso

Nenhum comentário:

Postar um comentário