sábado, 25 de agosto de 2012

Ela detesta

Gaiola Grade Arame e suas Farpas,
Fronteira Luta Líder e Linhas Ceroladas.
(por achar urgente abrir desgradeado, desenfarrapa a livre paz pois somos pipas iguais voando ao sabor do...)

Coleira e corrente.
(quer cachorros livres tal qual ciranda e planeta)

Detesta a alta testosterona da Política e a Polícia da Milícia e o Militante e o Militar e o desfile e as botas fazendo tum-tá tum-tá. Deus mandou: calem todos já. Estátua!

Lhe dá asco a gaiola em especial! A privação do livre movimentar passarinhante é grave sintoma da encrenca interior. E aquela que nomeia o limite espacial? Ali tem uma fronteira. Quem determina até onde meu corpo pode ir? Chega a ser engraçado! Hilário era os caras se dizendo donos da terra que havia sob os pés e ao alcance da vista. Passaram, e nós? Passarinhando?

É precioso preservar o sangue e a asa.

O fluir de um e a potência doutra. Carece consertar erros com verbos alumbrados. Disse-lhe um poeta: amor - palavra passarinha. Existe outra mais bonita? Ela sim é inefável ou insondável é, ainda.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Recorde

Sem ais. Perpassa-me tudo que já foi e mais. Sou resquícios e já morri. Agora estou nascendo. Né mole não! Me dá tua mão e desafunde-me pois afoguei no éter do amor - essa coisa feita de vazão que não dá pra repressar ar ar ar. Aqui caí. Prá

contornar limitação é prosperar. Alma precisa corpo limite espacial e caminhar. Limitação é desconforto no cabimento. Protejo árvores em crescimento. Tenho em mim recorde de perfeito ajustamento. Alfaiate e costureira. Temperatura e cozimento.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em andamento

A potência viva manca desanda levanta vai e
ai.
É dança entre o que ergue e o que desvai.

Abre e fecha esperanças contínuo.

Conte nua tua pretensão!
Mais um, menos dois, mais quatro, menos seis.

Queres-me zero mas, não
senhora!

Sim, agora por hora afora a repetência competente das origens, modificadas.
Sucessiva mutação das correções adaptativas magestradas e bulidas de intentos...

serenos,
sinceros...

firme e forte!

Adapto-me não.
Só ser for intenso,
coerente, corrente de dentro pra fora do número que não existe, vinco no espaço novo, ser do atemporal...

adepta semente que cai da mão - humana. Foge à gravidade e fécunda céu. Cai pra cima. Onde lado é largo, rente, incoerente. Já vejo: nós passarão!

Em andamento a potência viva manca desanda levanta vai e
ai. Em espiral

respiro. Haja fôlego pra tanto desmaiar.

(o lamento do que foi limado brota em lucidez maior)

Instrumento bordando verdades ao avesso e eu costurando palavras ao léu:
- oco terra é céu vermelho e véu -
a soma do número loucura com o som lucidez dá avesso. Pra ver verdade carece desvirar olhos...

Pois foi costurada ao avesso pela lucidez. Se desvira pela via loucura. Tá claro?
Mais esteja firme e forte feito raiz segurando árvore apontando céu. Elo eloquente.

Apontá bendito lápis! Ah! Me faça escrever sentido. Me conte um segredo. Mereço! Cada pista um beijo!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Preenchimentos

Pererecas nas cortinas.
Vacas nas estradas.
Cavalos nas montanhas.
Formigas abrem trilhas dos caminhos.

Gato sobe a mesa e lambe.
Garoto na cadeira que balança.
Como dormem as borboletas?

Besouros lambuzam-se de girassóis.
Mariposas contentes com nossas cascas,
após a sopa.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Trecho do livro: Distrair ou Potencializar?

Velha veio num dia disfarçado de chuva. Veio ventando-chuvando-raiando, caiu.
No mundo dos homens que queriam demasiado humano. Dos homens da caverna da época que não haviam mais cavernas pois revestiram-nas todas de concreto. Muitos vestiam atraso. Muitos estavam eretos à um tipo ilusório de  poder. Muitos científicamente arreganhados para a penetração da verdade. Verdade é coisa velha. Verdade ninguém suporta ver. Verdade não dá pra pegar, só pra ser atravessado por ela, feito brisa. Só pode ser brisa: ela. Por isso correm para alcançá-la, enquanto ela não é matéria. Por isso lutam por um verbo dela, enquanto ela não é escrita, está - quiçá - de porte da poesia. Por isso comer-lhe do prato até lamber-lhe as beiras. Verdade não é digerível ou dirigível. Não se come, não se lambe, não se esconde. Nem dá pra ver, pinçar, sentir, pensar. Antes seria preciso um excretar resquícios de consciência. Anuncio-lhes a primavera e lhes mando bons amigos. Reuni-vos todos mais três para que chovam flores.

sábado, 18 de agosto de 2012

Ode ao barro

Fresca pluma. Novo potro.
Rebenta natureza.
Olhos abismados por tudo que nasce e merece.
Multiplica visão a vida que come morte.
Alimento pro dia que bebe a noite e envelhece começo.
À tarde pisei barro e cresci.

Não se embrutece quem tece alegria.

Como admitir as depressivas se às horas já coube poesia?

Manoel de Barros Remédio - menos farmácia, mais livraria.
O eterno não cavalga relógios. O horizonte não cabe em pixels, mas nas retículas... 

e nas
reticências.

"Me conformei em reservar alguma coisa...
É recomendável não descobrir todos os segredos”.
Capinejar

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Do infinito ao infinitesimal

Bem te vi no fio da terra em frente à nuvem do céu.
Não me venha com sua britadeira que meu cérebro sintoniza poesis.
Pode me dar teus estilhaços que desenho mosaico pra colar num vaso e te dar.
Aceite um cravo. O céu é azul sem fim. Planto grama pros teus pés.
Passar... por aí.

Vamos passear. Não acorde distorcido. Vá requebrar.
Pandeiro é bonito. Chega o lamentar, o resistir ou enfrentar.
Combater armas com armas.
Te digo antes: silêncio conta verdade quando venta. E ela não é feito palavras.
E se é, feita, vento leva e varre que a verdade é leve e breve e é quase fugaz.

Se tua rádio tocar na minha banda, costuro palavras doces no coração blindado às dissonâncias. Pois aqui nesta casa brindo sintonias e bailo melhorias.


Se tua política quer vender ou me comprar, fundo as leis universais dos quintais, aqui.
Poderosas e eternas como tudo que foi e que melhor há de vir.
Se o teu senhor te manda, o meu permite. Tudo me é permitido: sou responsável pelo meu e pelo seu sorriso. O que pode o nosso?

Há em mim tudo o que busco fora. Hummmm. Me aninhei. Me esquentei de sol. To feliz. Silente. Agora compartilho. Vez ou outra grito um: olá!

Vez ou outra vem uma paz. Do infinito ao infinitesimal. Todos temos uma dívida ancestral. Um código a desvendar. Algo pra encontrar. Um afazer alquímico e muito mistério.

Abdico o foco da personalidade. Ninguém curtiu meu post. Nenhum compartilhar.
Se for serena e sorona já basta. Se seguir fio que ascenda e toque uma estrela já funciona.

Do quintal colho as frases orvalhadas. Enterro o silêncio que brota em insistentes idéias solares. Prestígio de tê-lo sol na cara, luz quente, face a face. Olhos serrados vêem dentro. Cor vermelho e mais e mais.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Desejo duro de pedra

Me concebi um desejo duro de pedra: ser dessas daninhas que se dão no vão entre um e outro bloco, cimento de rua. Uma dessas qualquer que nada desejam e aos passos espreitam. Surdas às bobagens, sensitivas aos passos, invisíveis no caminho. Já fui dessas e de pé me encontro. Mas não me dou com os meus. Meu deus, onde caibo? Pudera ser num vaso, mas sou alta e feita de pele. E pele quer toque. E o espírito me quer leve. E eu quero que alguém me leve, pois peso. Me carregue, me leia, me componha que sou breve e vou passar. Careço deixar rastro, dizer que amo. Deixar uma carta, uma bandeira, um terreno arado.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Palavra longe que traz perto








Coisa de quem tem
Posse do ausente 

- Que escapuliu do tempo e se perdeu no espaço.

Invento presença e te acho. Te apanho, te afago e te largo.
Só pra ver se volta... se ainda te lembras do caminho.

É arriscado, por certo. Se demoras te risco. Posso.
Posso tua presença carne (ou) possuo tua ausência memória.

Qual das duas melhora?

Só sou o grande: tú e eu.
Com tú sou o meio: que há entre

E?

(Silêncio tá calado e de som só chuva e pio de anu). Dia nulo que não aponta.

Sem pontaria permaneço. Espero, esmero, tempero, sincero. Lapido questão. 

(essa...)

Frase sem resposta. Adivinho o som que vem e a volta. Brincadeira e passatempo.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Um passarinho me canta sua liberdade e ofende

Os muros que adentrei e habito são constituídos de pensamentos condensados.
As estradas que percorri correm soltas das minhas pernas.
Acho-me prisioneira da casa que arrumei. Perfumada, limpa e vazia. Como eu.
Quando voltarei às andanças e aos sorrisos não sei. Estou de mal com esta condição.
E sem ferramenta pra demolição.

Um passarinho me canta sua liberdade e me ofende. Quem me atende?

Estou há dias a chamar. Atenta a quem passa. Tenho algo a oferecer. Quem vai receber?

Angústia sim. Aspiro fumaça. Sono sinto. Motores enferrujados. Olhos embaçados.

Emergência! Cansei. Quando você chegar me acorda.