quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Desejo duro de pedra
Me concebi um desejo duro de pedra: ser dessas daninhas que se dão no vão entre um e outro bloco, cimento de rua. Uma dessas qualquer que nada desejam e aos passos espreitam. Surdas às bobagens, sensitivas aos passos, invisíveis no caminho. Já fui dessas e de pé me encontro. Mas não me dou com os meus. Meu deus, onde caibo? Pudera ser num vaso, mas sou alta e feita de pele. E pele quer toque. E o espírito me quer leve. E eu quero que alguém me leve, pois peso. Me carregue, me leia, me componha que sou breve e vou passar. Careço deixar rastro, dizer que amo. Deixar uma carta, uma bandeira, um terreno arado.
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