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Melancholy of a Japanese Girl, por Yoko Furusho |
Filhos me atam e me livram de mim.
Pernambuquei avoada e liberta e vi homens em amarras.
Incapaz de livrá-los, acho mais fácil lavrar a terra.
Me desculpe por isto.
É que a cada qual cabe parcela de ação. Atitude que tenho é escrita. Nela e na árvore que cresce no centro do terreno finco e fundo estrutura que eleva um elo eloquente e ressonante. Assim proclamo revoluções às distâncias pois sei do ideal.
Este algo pai e pacífico que foi acordado até bem antes do nosso nascimento.
(Algo que é mais ou menos assim)
Não há muros. Vista o que quiser e se não quiser não vista. Não há justificativa pro grito. Holofote é eletricidade aprisionada. Nada novo a fabricar. O que te carece comprar? Manutenção do que existe, já. Com carinho, sem desperdício - vide a inteligência da distribuição. Nenhum brilho de pedra rara deverá ornamentar dedos. À terra o que é dela. Evite seu escavar. Saiba da preciosidade do ar. E do corpo que habita inter solo. Teu corpo e teu lugar emprestados vão passar. Sabes. Tua morada já foi mar. Tá, trazes olhos cansados em espírito velho. Mas não olhe de soslaio. Goste do gosto do dentro. Sonhe um amor gostoso e imenso que nada tenha de concreto. Fume as horas e imagine a memória a te somar. Político algum pode te representar ou te proteger do que não há pra temer. Confie e perceba como algumas artes são inúteis em sua pequena utilidade. Querem te culpar por não agir? Não queira destruir, queira aproveitar! Ou cessar. Suspender construção. Permitir ocupação. Abrace uma casa abandonada. Adentre-a com seus ares e novidades, enfeite com colares e fique a vontade, por favor. Se carecer, pinte as paredes mas preserve seus descascados. É pertencer das coisas o tempo e a cor. É sua maior necessidade a utilização. E se o uso cansar, concerte.
Entoe saudades do Gandhi, do Lennon, do Tom. Lembre-os à ti...
sempre...
sobre palanques retóricas dão voltas em si. Ouvi, ao longe, fugi. Palavras voavam soltas, tontas, sem função ou lugar no real. Quiseram me agarrar e me embaralhar num estardalhaço! Artifícios artificiais. Fiquei surda só de ouvir. Sou boba não, toquei na beleza e dancei. Foi bom. Fácil. Dou graça só pelo alimento, abrigo e calor do agasalho. Não te pedi nada. Nem perdi nada que você tenha achado. Se a necessidade me traz nova função, deixa que eu faço. Ou quer que lhe pague um imposto e lhe cobre por atitudes que me são de dever via a lei das eras? Dou utilidade às minhas sobras, não lhe peço que as recolha. Agradeço a intenção, se esta for boa...
Toda vez que atravesso um bosque acho tão secreto que me vem um desejo folha.
Cada vez que me sobrevoa a passarada me sinto leve e quero junto.
Filhos me atam e me livram de mim. Só descubro sentido inteiro se for até o final corporal. Aí sim. No entanto e por enquanto recolho as peças-acontecimentos e as acrescento ao firmamento. Coloco os acentos, repouso e intento integrar. Acordo inteira mas eis que perco parte da metade ao dragar o quente negro café. A rotina me cobre da personalidade que dispo porque quero o ideal e o mais.
Dispenso ajuda camuflada de lucro: ar é de graça e há tempos sintonizo acalantos. Veja: ar é graça acalantada ausente sob mar. Por isto acalente, atente e respire.
Dispenso ajuda camuflada de lucro: ar é de graça e há tempos sintonizo acalantos. Veja: ar é graça acalantada ausente sob mar. Por isto acalente, atente e respire.