ah a vida. quando tá enfeitada. ah o outro ângulo das coisas. ah quando se está alinhada. ah. há! não faço idéia do que tá acontecendo. fiquei ciente do inconsciente. vontade mór expulsou desejo. fiquei maior. peguei carona. sobrevoô e vejo coisas indizíveis. nem posso te contar. nem dá. nem é segredo. tá explícito. toca tambor no peito. acelera flúidos. fluidifiquei-me. pronde fui? cá estou. voltei aqui. carne e sangue. e não só. peguei carona no magnestismo musical e flui. só agora retornei. não tenho nada pra contar. nenhuma novidade. uma energia enorme nas ancas. minhas mãos soltam raios. nem vai chover. os grilos viajaram comigo e isso é só o que posso dizer. fiquei com medo. de esquecer como se diz. de desapreender a andar. as pernas bambas e os ombros quentes. nem tinha ninguém. não é coisa de gente. e agora? alguém vai entender? não acho o tradutor. cabeça teima entender. minha cara tá quente. corpo todo quer explosão. orgasmei as estrelas e toquei em silêncios. ninguém ouviu. alguém viu. sei. só sei e mais nada. nada há além. além de todo o conhecido toquei o imaterial. não colhi amostras. não posso doar. não posso contar o embaralhado. fios dos sinais do espectro. resquícios quentes sobraram aos sentidos. e só. migalhas quase. raios cortantes. multicor pra depois escuro envolto luz, íris e mais. lembro que dancei. fez ciranda a cintura e se soltou. assim perdi o nome. era uma palavra dissolvida na espiral. por hora nada aspiro. ainda respiro. só eu sei como. com que esforço. suspiro e ergo a força. e essa forma mulher. branca. queimando brandamente. lucidez alucinante. voz maior. lingua delirante. indecifrável em sinais. isto é só rabisco. não há tradução. se segurar minha mão vai ver que queimam os resquícios. breves passantes. não sei se voltam. ou pronde foram. não sei escrever. sei não. pernas bambas. preciso deitar. assim se crescem asas. vou pro ninho integrar. amanhã não sei o que será. o que vai ser vai sobrar. não sei somar depois de dividida. ah a vida foi muito maior que eu e eu quase não a pude suportar. se não retornasse pela via poética sei que me desintegraria. só voltei mesmo pra contar que não dá pra dizer. mas que soa como música mística e magnética. tem rítmo que não é o das palavras nem de um instrumento que se aprende, qualquer. não sei. vi, mas não sei contar. não foi com os olhos. escrevo de supetão e é tudo mentira e eu sei da outra face. posso dizer que há nada além. e mais nada ainda. mas é mais e é além e deveras verdadeiro o que ningúem pode contar. viu? agora que escrevi fugiu. esqueci. foi. instante esfriou. fui dar e perdi. que se distribua. logo mais rememoro o dançar vibrativo. sei da possível volta desse capricho - sonoro que voa e me envolta. eletrônica pura. canal de ascendências. via das descendências - vivas. em cadente cadência concluo aqui o que não tem fim nem é começo. no meio dia da vida, com sol a pino e eu no alto do oco de tanto vazar escritas - rabiscos e ariscos pela pele que logo vai se decompor ao primeiro raio matutino. que saltite o bailarino e levante os demais. despertai que hoje em sonho intuo palpite do bom. suponho compor acorde raro feito fios de translúcidas transparências.
tais como as sílabas rá! áh! há!
tipo conjunto dos raios coloridos consequentes da decomposição de uma luz complexa.
tais como as sílabas rá! áh! há!
tipo conjunto dos raios coloridos consequentes da decomposição de uma luz complexa.
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