Me dispo do senso crítico toda manhã nula de planos, em que, à tarde, vago a mercê do clima e da nulidade de acontecimentos pois aqui, neste cenário, nada acontece, a não ser uma chuva esporádica que espanta os insetos ou a promessa do anoitecer - diário.
Amanhã - igual. As abelhas - iguais.
Esse ir sem sofreguidão ou ânsia é raridade - aceito.
Não respiro, suspiro. Não lamento, espero. Não critico. Cultivo - calo a voz e mudo o tom aos ouvidos.
- Nada mais soa absurdo nas relações humanas.
Religiões humanas. Absurdos.
Mas que abuso é tirar o entulho da tua obra e pôr na nossa rua ignorando que passantes podem sim ter compromisso com a beleza!
Vejo muito lixo espalhado. Vez em quando vou e cato. Hoje preferi poupar a sagrada energia e olhar pro céu. Merecido azul.
Merecido pôr do azul. Marinhando, o azul enegrecendo. Crescendo pro negro. Acendo estrelas. Apago a vela. Rezo. E o dia segue com seu passado. E a vaca mugiu, e o bem te vi cantou um doce mucado. E neste instante fui feliz. Até que de tédio ligo a tv.
- Nada mais soa absurdo nas relações humanas.
Políticas humanas. Absurdas.
Tudo soa adormecido pra noite despertar.
Oxalá quem me protege que assim sigo sorrindo. Só e não tão só e rindo.
Saiba meu rei que não empunho mais aquela espada.
Carrego a bainha vazia cheia de ar e possibilidades.
Carrego palavras novas no bolso e toda essa imensurabilidade.
Suspeita do que seja tamanho pra deus.
Suspeito ser deus entidade cósmica que faz som e movimento com varinha e energia.
No ventre, os vindouros, os que estão pra nascer. Letras palavras frases parágrafos.
Paralelepípedos arrancados. Terra arejada. Mais verde vim ver-te.
Estenda os braços ao azul tudo o que é verde. Alcancem todo o índigo anil todo imenso.
Agora a nuvem branca passeia. Passagem. Tempo andarilho. Andanças encantatórias.
Renascentes do Matança S.A. da Miséria S.A. da Ignorância S.A. da Hipocrisia S.A.
Matadouro rima com vindouro. Não rima. Rema. Não rima. Rema.
Seguimos marinhando. Evolução em degradê.
Sociedades anônimas ganham nomes autônomos. Rebento outro sentido.
Animo um grande nome, extenso, uma palavra infinita. Infindável existir.
Resuma tudo sinteticamente, faça fácil entender. Fala fácil: danem-se as regras sintáticas!
Que fiquem o eu mais o você o que pode ser e o que virá, já, enquanto os que já eram vão todos tomar bem dentro do olho do cú do furação que varre tudo pro poço que serve de reservatório à matéria prima às novas formas que manifestar-se-ão. Da desmilitarização à adubação, plantação, distribuição.
Deus é boi brabo! Cês não tem noção. Deixa morrer prá cês verem e verão.
Eu vi.
- Deus olhou bem dentro do olho da alta testosterona da Política e a Polícia da Milícia e o Militante e o Militar e o desfile e as botas fazendo tum-tá tum-tá. Deus mandou: calem todos já. Estátua!
Img.: Ashley Percival
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