quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Evolução em degradê

No dia em que os homens se uniram e elevaram o amor
à quem lhe ofereceu os braços e doou a boca ao beijo, tudo acordou melhor.

No dia em que entenderam que os que guerreiam só o faziam
porque não tinham a quem se dar, estenderam o amor até a profundeza
e o elevaram.

Nesse elevador o amor foi, comum, abarcando-nos, conduziu-nos até a galáxia central ao redor da qual gira esta que temos por nossa. De retorno, em pane extasiada, esquecidos dos maltratos, cada qual zelou a terra e tudo foi pra sempre melhor. Fim. 

Início. Começa assim:

O rosa amou o marrom
O branco envolveu o preto
O amarelo viu que ajudava o vermelho a ser laranja.
E o verde com o azul deu o tom e som ao planeta novo.

Numa volta completa o futuro virou presente e nunca mais houve passado.
O amor era agora. E como ao mesmo tempo era, é e será; o tempo, caduco, deu nó nas pernas contorcendo todos os calendários até regressarem ao pó de obsoletos livros de história. Roídos. Carcomidos. Erguidos na forma humana de um homem só que quando ergueu os braços desse barro recém formado e ofertou a boca crua ao beijo alheio outros homens vieram, se uniram e lhe estenderam o amor que tinham trazido das profundezas. Uma mulher! A força ficou delicada. A delicadeza, mais forte.

Tudo muito lento. Extenso num tempo lúcido. Era uma evolução em degradê. De uma era que não tinha número nem se contava em anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário